Maio Roxo
Mês de Conscientização das Doenças Inflamatórias Intestinais
Doença inflamatória intestinal (DII) é o termo usado para um grupo de doenças e distúrbios que afetam reto, intestino grosso e/ou delgado. Apesar do termo, também podem se manifestar com lesões em outras porções do trato gastrointestinal, nos olhos, articulações e até na pele. As formas mais comuns de DIIs são a doença de Crohn e a Retocolite ulcerativa.
Segundo o Dr. Daniel Pacheco da Costa, Gastroenterologista do Centro Médico MonteSanti, os sintomas dependem do tipo de DII, podendo incluir: dor abdominal, diarréia, perda de peso e de apetite, sangramentos gastrointestinais, anemia, dor ao evacuar, secreção etc.
Por serem crônicas, as DIIs não têm cura, mas existem métodos eficazes que amenizam os sintomas e melhoram a qualidade de vida, diminuindo internações e cirurgias. Por isso, o Dr. Daniel ressalta que mesmo ao apresentar os sintomas mais comuns — como dores abdominais e alterações no hábito intestinal —, é importante procurar um médico antes que a doença possa avançar para formas mais graves.
O diagnóstico pode ser feito por meio de diversos exames, sendo frequentemente indicada a colonoscopia.
Retocolite Ulcerativa
A Retocolite Ulcerativa é uma das mais comuns Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs). O Coloproctologista do Centro Médico MonteSanti, Dr. Guy Gama explica que “a Retocolite Ulcerativa se caracteriza pela inflamação da mucosa e, diferentemente da Doença de Crohn — que pode se manifestar em qualquer parte do tubo digestivo —, geralmente acomete o reto e os demais segmentos do cólon. Seus principais sintomas são sangramento às evacuações e diarreia com cólicas, sangue, muco ou pus (se houver infecção)”. É uma doença crônica e não se conhece completamente sua causa, mas sabe-se que fatores genéticos e autoimunes estão envolvidos no seu aparecimento.
Seu tratamento tem dois objetivos básicos: tirar o indivíduo da crise e mantê-lo em remissão. Dr. Guy Gama alerta que o diagnóstico precoce — que pode ser feito por colonoscopia — e o tratamento adequado são essenciais para a qualidade de vida dos pacientes.
Doença de Crohn
O gastroenterologista Dr. Fernando Costa explica que a Doença de Crohn é um subtipo de DII, que pode afetar qualquer parte do trato gastrointestinal, da boca até o ânus, acometendo toda a parede do órgão levando a um ciclo de inflamação, fibrose e estenose. Caracteristicamente é crônica, autoimune, em que o sistema imune ataca o próprio corpo. E sabe-se que ter familiares com DC aumenta a chance do paciente vir a desenvolver.
Seu quadro clínico vai de manifestações intestinais (dor abdominal, diarreia mucossanguinolenta, dor anal, fístulas anais complexas, aftas orais de repetição) até extra-intestinais (episclerite de repetição, uveíte, artralgias, fadiga, perda de peso). O diagnóstico precoce é fundamental para garantir melhor qualidade de vida aos pacientes, cujo tratamento envolve o uso de remédios para diminuir a ação do sistema imune (prednisona por curto período de tempo, azatioprina, mercaptopurina, metotrexate, infliximab, adalimumab, certolizumab, vedolizumab e ustekinumab).
Nutrição
A Dra. Caterine Frazão, Nutricionista do Centro Médico MonteSanti ressalta que os hábitos alimentares são extremamente importantes o tratamento das DIIs. "A DII (Doença Inflamatória Intestinal) é uma doença crônica que envolve diretamente o aparelho digestório, apresenta comumente muitas complicações nutricionais influenciando a morbidade destes pacientes.
A terapia nutricional adequada e individualizada, mostrou-se eficaz na indução e manutenção da remissão da DII, apresentando um efeito direto na atividade da doença.
Os nutrientes chamados imunomoduladores, com funções fisiológicas específicas, atuam mantendo a integridade da mucosa intestinal, podendo melhorar a resposta imunológica e inflamatória" esclarece dra. Caterine Frazão.
É essencial o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, acompanhando cada caso com sua particularidade.